Conheça a caminhada na Estrada Velha de Santos
01/08/2017

Conheça a caminhada na Estrada Velha de Santos

O Parque Caminhos do Mar, localizado dentro da unidade de conservação do Parque Estadual da Serra do Mar, possui uma famosa estrada, a SP-148, conhecida como a “Estrada Velha de Santos”, que oferece um passeio muito interessante para turistas percorrerem a rodovia a pé e conhecerem a região. A caminhada, que tem nove quilômetros de extensão em via asfaltada, começa no município de São Bernardo do Campo e termina em Cubatão, e é um local de grande importância ambiental, histórica e cultural, pois abriga uma exuberante vegetação de mata atlântica e monumentos, casarões e outros acervos datados do centenário da Independência do Brasil, em 1922, que ainda permanecem em bom estado de conservação. E por conta dessa união de belezas naturais e histórico-culturais, a área foi tombada pela CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e pela UNESCO e atrai centenas de turistas que querem conhecer a importante história deste caminho.

  Você pode encontrar as saídas para esse incrível passeio clicando aqui.




Apesar de ser um passeio incrível com um roteiro ecocultural cheio de encantos, riquezas e atrativos, esse ainda é um percurso relativamente pouco conhecido e por isso,, nós reunimos algumas informações para quem quer conhecer essa joia, tão próxima da cidade de São Paulo.

Primeiramente, vale lembrar que, mesmo sendo uma caminhada tranquila, rápida (cerca de quatro a cinco horas com parada para lanche) e em via asfaltada, ela não é recomendada para idosos, crianças abaixo de dez anos ou quem tem problemas de locomoção por causa do grau de inclinação da estrada. Com exceção dessas pessoas, qualquer um que goste de caminhar e não seja sedentário pode realizar o passeio sem nenhum problema.



A primeira parada da caminhada é a Casa de Visitas do Alto da Serra, que não é uma das principais atrações do percurso, mas que vale a pena para ver a exposição sobre a Usina Henry Borden e conhecer sua história e seu funcionamento. Pode-se ver também o Reservatório do Rio das Pedras, que, juntamente com a Casa de Visitas, foram construídas para fazer parte do complexo da Usina.


Reservatório do Rio das Pedras

Já na próxima parada está o primeiro dos monumentos históricos que você verá no trajeto – o Pouso de Paranapiacaba, que antigamente servia como ponto de parada para carros durante viagens entre São Paulo e Santos, é um sobrado com varandas e paredes de azulejos que mostram as estradas do estado paulista que existiam naquela época.


Pouso de Paranapiacaba


Pouso de Paranapiacaba - Foto: Rafael Vianna Croffi

A poucos quilômetros mais à frente, é possível ver a tubulação de água que abastece a Usina Henry Borden e, logo em seguida, à medida que o percurso vai descendo e descortinando uma belíssima vista da Baixada Santista e de Cubatão, encontra-se dois atrativos. O primeiro é o Belvedere Circular, um mirante em forma circular feito de tijolos e pedras; o segundo é a Calçada do Lorena, a primeira estrada pavimentada de São Paulo (construída em 1792 para facilitar o transporte de açúcar ao Porto de Santos) e também o caminho usado por Dom Pedro I para chegar ao riacho Ipiranga onde foi proclamado a Independência do Brasil.


Curva do Mirante


Calçada do Lorena

A próxima parada se trata de uma das construções mais bonitas do trajeto – o Rancho da Maioridade, que servia como ponto de descanso e reabastecimento durante viagens e possui uma parede de azulejos azuis, onde pode-se ver uma pintura que ilustra a subida da Serra que antigamente era feita com mulas em uma antiga estrada de mesmo nome (Estrada da Maioridade) que havia sido construída entre 1841 e 1846, em homenagem a Dom Pedro II.


Rancho da Maioridade

Finalmente, nossa última parada é o Padrão do Lorena, outra homenagem (além da Calçada do Lorena) a Bernardo José Maria de Lorena, antigo governador-geral da extinta Capitania de São Paulo. As paredes desse monumento são parecidas com as do Rancho da Maioridade, pois também tem pinturas que representam os tropeiros e mulas com mercadorias no século 18 em seus azulejos azuis.


Padrão do Lorena

A partir deste ponto, quando os nove quilômetros foram completados, a volta é feita de ônibus e, durante a viagem, é possível observar alguns outros monumentos, como o Cruzeiro Quinhentista (marca a chegada dos portugueses no litoral vicentino e as primeiras vias de ligação entre o litoral e o planalto paulista) e o Pontilhão da Raiz da Serra, que originalmente determinava o início da subida da Serra do Mar.

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Silas Barbi

Praticante de trekking, escalada, mergulho livre e profissional de marketing por formação. Acredita em mundo com menos rotina e mais aventura. Suas duas paixões são o Brasil e a Natureza e não é por acaso que o seu principal objetivo de vida é levar as pessoas para conhecer as belezas naturais do Brasil.