Pacote na Chapada Diamantina – Como Escolher e Dicas
13/04/2021

Pacote na Chapada Diamantina – Como Escolher e Dicas

A Chapada Diamantina definitivamente é uma das regiões mais exuberantes e impressionantes do Brasil, sua paisagem é diferente de tudo que se encontra não só em seu estado, na Bahia, como em todo o país – ela reúne desde algumas das mais altas e imponentes cachoeiras e imensos paredões e desfiladeiros até sua própria fauna e flora localizada predominantemente na região chamada Caatinga.

São tantos atrativos distribuídos por 24 municípios em uma imensa área de 70 mil quilômetros quadrados que seriam necessárias várias semanas para um viajante conhecer a região por completo. Justamente por isso é muito importante saber qual pacote de viagem é o mais correto para cada perfil e disponibilidade de tempo, desta maneira, será possível aproveitar a viagem ao máximo e explorar a região e suas principais atrações.

1. Principais cidades/vilas

Apesar de abranger 24 municípios baianos, são apenas quatro das principais cidades e vilas da região que recebem o maior fluxo de viajantes. Esses locais são os de mais fácil acesso aos passeios e atrativos, além de possuírem melhor infraestrutura turística.

A- Lençóis

Lençóis é a principal cidade da região e a porta de entrada para a Chapada Diamantina. Grande parte dos pacotes tem início e fim na cidade porque os passeios mais populares e “leves” são acessados através desse município.

Quanto a hospedagem há vários tipos para agradar a todos os gostos e bolsos, desde pousadas simples até hotéis mais luxuosos. As noites na região são bastante animadas, com bares e restaurantes que atraem diversos viajantes ao local.



Foto: Fred Schinkle

B - Igatu

Igatu fica a 114 quilômetros de distância de Lençóis, é uma vila bem mais simples que ainda não conta com boa infraestrutura turística, mas é bastante exótica (feita completamente de pedras) e serve de base para quem quer fazer o passeio à Cachoeira do Buracão, uma das mais altas e belas quedas d’água da Chapada. No entanto, é recomendável visitar a vila no caso dos pacotes acima de cinco dias.


Foto: João Ramos

C - Mucugê

Mucugê também é um excelente lugar para quem pretende conhecer a Cachoeira do Buracão pois é uma das portas de entrada para a atração. A cidade além de ser próxima de várias atrações da Chapada Diamantina também possui bastante história e sustentabilidade acarretando em turistas curiosos que visitam a região e fazem um city tour (tour na cidade) com guias locais.

Além disso, essa cidade conta com uma boa infraestrutura, paisagem mais colonial e é sede de alguns festivais culturais, como o Festival de Chorinho e o festival de corais (chamado de Vozes da Chapada). Alguns dos pontos turísticos mais interessantes próximos a cidade é o Poço Azul e o Poço Encantado e algumas cachoeiras como a Cachoeira dos Funis e da Andorinha.

Foto: André Ribeiro

D - Vale do Capão

Finalmente o último município que é também o mais simples. O Vale do Capão é uma vila extremamente rústica que reúne os viajantes mais alternativos devido ao ambiente e, também, a grande variedade de excelentes restaurantes vegetarianos. Vale do Capão é também a principal vila de acesso para a Cachoeira da Fumaça, segunda maior queda d’água do Brasil, com quase 400 metros de altura, e para a Trilha do Vale do Pati, um dos percursos de trekking mais cênicos do país.


Foto: Gabriel T Almeida

2. Como chegar

É necessária atenção quanto ao acesso à Chapada Diamantina já que dependendo do seu destino de partida o trajeto pode ser um pouco demorado. Para não ter complicações certifique-se de reservar dois dias livres na viagem para os dias de chegada e de saída – em alguns pacotes na Chapada Diamantina, inclusive, esse tempo extra já é considerado e são oferecidos serviços de traslado. De qualquer forma fique sempre atento aos pacotes que não levam esse detalhe em consideração.

As duas principais maneiras de transporte a Chapada Diamantina são avião e ônibus.

Transporte Aéreo

O jeito mais rápido de chegar a Chapada Diamantina é de avião, mas os voos que aterrissam em Lençóis são limitados já que a única companhia aérea atuante no aeroporto é a Azul que costuma ter como partida o aeroporto de Salvador. Os voos são limitados a dois dias apenas – geralmente quinta e domingo- e com a grande demanda de passageiros querendo visitar a região em datas comemorativas o meio de transporte fica limitado com passagens caras e datas muito especificas.

Chegado ao aeroporto de Lençóis recomendamos combinar um traslado com as agências atuantes na região.



Transporte Rodoviário

A viagem de ônibus é a maneira mais barata e flexível de se chegar a região da Chapada Diamantina. Saindo de Salvador existem quatro horários diferentes e bem distribuídos por dia entre Salvador e Lençóis. A duração da viagem é de aproximadamente seis horas, percorrendo cerca de 420 quilômetros de distância entre uma cidade e outra.


3. Quanto tempo ficar

A maior dúvida que as pessoas tem na hora de se programar para essa viagem é a respeito do tempo necessário para aproveitar a Chapada Diamantina ao máximo e, portanto, qual dos pacotes – de três, de cinco ou de oito dias – melhor se encaixa em seu planejamento.

Pacotes de 3 dias na Chapada Diamantina

Os pacotes de três dias são normalmente destinados para os viajantes com pouco tempo disponível e, por isso, incluem as atrações turísticas mais famosas da região para que você possa conhecer o essencial. Conhecer os atrativos mais famosos significa que o visitante ficará apenas na parte norte da Chapada, nesse caso a cidade base do pacote será Lençóis (assim, não será necessário perder muito tempo se locomovendo para outros lugares) e os atrativos visitados ficam por conta do Circuito das Grutas com Morro do Pai Inácio, Cachoeira da Fumaça e Poço Azul e Encantado.





Pacotes de 5 dias na Chapada Diamantina

Os pacotes de cinco dias incluem exatamente a mesma coisa que os de três dias, mas alguns complementos a mais onde você poderá conhecer mais uma cidade da Chapada. Enquanto Lençóis continua sendo a principal base você fará pernoites em um segundo município podendo optar entre Mucugê, Igatu ou Vale do Capão dependendo dos atrativos complementares escolhidos.

Além de visitar os atrativos da parte norte citados no pacote de três dias será possível conhecer outras atrações menos famosas, mas igualmente imperdíveis. Como exemplo trazemos o Pantanal do Marimbus e a Cachoeira do Mosquito, além de uma opção legal para explorar a parte sul da Chapada Diamantina, o passeio à Cachoeira do Buracão que é considerada um dos atrativos mais incríveis da região.



Pacotes de 8 dias na Chapada Diamantina

Os pacotes de oito dias são as opções ideais para aproveitar ao máximo a Chapada e tudo que ela tem para oferecer. Fazendo pernoites em diferentes cidades, será possível conhecer os principais pontos da região, fazer passeios para a Cachoeira do Buracão e para o Pantanal do Marimbus e ainda ir para atrativos um tanto desconhecidos, mas que definitivamente irão surpreender até o viajante mais experiente, permitindo, desta forma, que você possa conhecer a diversidade dessa incrível Chapada brasileira.

Com oito dias de pacote o viajante pode optar por fazer um tour pelas quatro cidades citadas conhecendo um pouco de cada e dos passeios da região ou até optar por duas/três cidades que fazem mais sentido e ficar mais sossegado sem trocar de hospedagem.

De qualquer forma temos certeza que a viagem será inesquecível!



4. Principais atrativos

Por se tratar de um território imenso existem muitas atrações bonitas espalhadas pela Chapada Diamantina. Entre todas atrações há os passeios mais tradicionais, considerados imperdíveis e que estão inclusos nos pacotes mais populares como o Morro do Pai Inácio, a Cachoeira da Fumaça, Gruta da Pratinha e os Poços Azul e Encantando, passeios possíveis de fazer se hospedando apenas na cidade de Lençóis.



Além desses passeios tradicionais, existem outros que, apesar de menos conhecidos, irão lhe surpreender muito e por isso vale a pena incluí-los na sua viagem, exemplificando trazemos o Mirante do Vale do Pati, a Cachoeira do Buracão e da Fumacinha, e a Cachoeira da Gruta da Lapa Doce.



5. Para quem é recomendado

Não há nenhuma restrição para visitar a Chapada Diamantina já que é uma região que realmente agrada a todos os gostos e estilos. Independente se você prefere relaxar, aproveitar as paisagens pitorescas e uma ótima gastronomia, ou se prefere se aventurar em trilhas e praticar outros esportes radicais como mountain bike e escalada a Chapada Diamantina vai conseguir te agradar de todas as formas possíveis.



Para escolher o pacote ideal para o seu perfil, no entanto, é importante analisar o grau de dificuldade dos passeios. A visitação dos principais atrativos envolve uma pequena trilha leve que te leva ao destino, mas é sempre bom confirmar. Para aqueles que querem relaxar e preferem atividades sem caminhadas longas opte pelos pacotes que incluam passeios ideais para esse tipo de perfil, como a dos Poços Azul e Encantado, da Gruta da Pratinha, dos Poços do Roncador e da Vila de Igatu.


Já para os mais aventureiros, os passeios perfeitos são da Trilha do Vale do Pati, Vale do Capão, Cachoeira da Fumaça e Cachoeira do Buracão. A maior trilha da região, não recomendada para pessoas sedentárias ou com dificuldade de locomoção, é a trilha que leva a Cachoeira da Fumaça, trajeto mais exigente de doze quilômetros para chegar a segunda maior cachoeira do Brasil..



6. Quando ir

A Chapada Diamantina tem o clima seco na maior parte do ano e pode ser visitada durante todos os meses, mas de acordo com o seu objetivo de viagem alguns passeios serão melhor aproveitados em certas épocas.

Estação Chuvosa

A estação chuvosa ocorre de novembro a janeiro, no verão brasileiro, e é o período perfeito para ir às piscinas naturais e cachoeiras, principalmente a Cachoeira da Fumaça, que estará com o volume d’água muito alto (ela pode secar no período de estiagem).



Estação Seca

Enquanto isso nos meses de maio a setembro ocorre a estação seca, período recomendado para quem quer fazer caminhadas já que o risco de chuvas é muito baixo e as temperaturas estão amenas evitando que as trilhas fiquem escorregadias e deixando também as paisagens mais bonitas para fotos. Excelentes passeios para fazer durante essa época incluem ainda a visitação aos Poços Azul e Encantado e à Gruta Azul pois é quando raios de luz incidem diretamente em suas águas, fazendo com que fiquem em um tom azulado mais profundo e extremamente bonito.


Fonte: Clima Tempo

7. Refeições

Este não é um detalhe com o qual você deve se preocupar na Chapada Diamantina uma vez que a maioria dos pacotes na Chapada inclui café-da-manhã na hospedagem e almoço durante os passeios (lembrando que, quando o passeio envolver trilha e não houver restaurantes nos arredores, o almoço é substituído por um lanche). Em todas as outras ocasiões as refeições que ocorrem durante passeios são feitas em restaurantes locais, onde são servidos pratos tradicionais da culinária brasileira e alguns pratos típicos da região, como o godó de banana, um ensopado com carne seca e banana verde.


Foto: Jornal da Chapada

O jantar fica por sua conta, mas não se preocupe pois há diversas opções. Seja no município de Lençóis ou nas demais cidades e vilas é possível fazer refeições tanto em restaurantes com menus tradicionais e comida típica baiana como em cozinhas europeia, oriental, entre outras. Para momentos de relaxamento, os amantes de café podem desfrutar do café que é produzido lá mesmo – a altitude da Chapada gera grãos de altíssima qualidade, já tendo inclusive recebido prêmios nacionais e internacionais.

Curiosidades da Chapada Diamantina

Para você saber um pouco mais sobre essa bela e exuberante região antes de visitá-la, o Desviantes reuniu algumas curiosidades interessantes para os futuros viajantes:

  • É na Chapada Diamantina que se encontram as maiores montanhas do Nordeste do Brasil, sendo a mais alta delas o Pico do Barbado, com 2.033 metros de altitude;
  • Existem diversas grutas na Chapada e algumas delas são tão antigas que possuem em seu interior pinturas rupestres. Entre elas a Gruta da Lapa Doce que é a quinta maior caverna do Brasil;
  • A Chapada Diamantina une em um único território vegetações de Caatinga e Mata Atlântica;
  • Um viajante já passou dois meses ininterruptos visitando os atrativos da Chapada e, mesmo sem repetir nenhum passeio, não conseguiu conhecer todos eles;
  • O Vale do Pati já chegou a ser habitado por mais de 400 famílias em seu auge, na época em que o local era um grande produtor de café. As trilhas que hoje servem de caminho para os trekkings, naquele período, serviam para escoar o café plantado;
  • O Morro do Castelo, uma das principais atrações do Vale do Pati, guarda uma gruta bem em seu topo, e é necessário atravessá-la para ter acesso ao cume do morro;
  • A região da Chapada Diamantina já foi um mar, há mais de 600 milhões de anos.
Equipe Desviantes
O Desviantes é um portal de turismo de aventura e ecoturismo que surgiu para estimular o contato com a natureza através do turismo e dos esportes de aventura.