O Rafting no Brasil - Onde Fazer?
06/02/2014

O Rafting no Brasil - Onde Fazer?

Já experimentou olhar para as espumas e quedas d’água de um rio de corredeiras? O barulho, a velocidade e a força da água dão arrepios e merecem respeito. Mas tudo aquilo que impressiona vale a pena ser desafiado. E dá vontade de desafiar. Os rios podem intimidar, mas também podem ser uma grande fonte de adrenalina e diversão para quem quer dominar suas águas.

Se você está em busca de fortes emoções e de se refrescar, o Rafting pode ser a resposta. O Desviantes pensou num jeito de apresentar, mas também dar um empurrãozinho para você encontrar a aventura que procura para viver uma experiência inesquecível.

História

O Rafting ganhou alma e começou a inspirar muitas gerações quando já era cenário de cartoons da década de 60. Quem teve uma infância regada a desenhos animados, os clássicos, recorda das aventuras desconcertantes do Pica-Pau no meio das Cataratas do Niágara. Nas caçadas intermináveis ao ilustre Pica-Pau, os outros personagens se enrolavam e desciam as cataratas acidentalmente dentro de um barril, que substituía o bote. Pois é, aí já se insinuavam cenas do mundo da canoagem e do Rafting.

Mas de volta à nossa realidade, o Rafting é um esporte de aventura que se caracteriza pela descida em corredeiras utilizando botes infláveis. A sua origem vem de tempos atrás, quando os botes de madeira funcionavam como meio de transporte em rios de corredeiras. Passados alguns anos, o jeito de se praticar Rafting foi mudando até chegar nos modelos de hoje.

Em 1960, os aventureiros começaram a utilizar botes militares infláveis para descer as corredeiras do Rio Colorado, que atravessa o Grand Canyon (Estados Unidos). A partir dessa época, o esporte só foi ganhando popularidade; e os equipamentos foram se inovando.

No Brasil, a grande estreia foi na década de 80. Exatamente em 1982 chegaram os primeiros botes exclusivos para a prática do esporte. As primeiras expedições no país eram operadas pela empresa TY-Y Expedições e ocorriam no Rio Paraíba do Sul e no Rio Paraibuna, ambos em Três Rios (RJ). Com a entrada de novas empresas nesse segmento do mercado, o esporte criou novos adeptos e, por outro lado, outros rios brasileiros em condições favoráveis foram sendo explorados. Atualmente, nove estados do Brasil oferecem o Rafting como um item do turismo e o setor é organizado e regulamentado pelo Ministério do Turismo.

Classificação dos rios para prática do esporte
Diferentes tipos de rios são classificados por níveis de dificuldade para a prática do Rafting. Antes de embarcar em uma aventura, é preciso escolher o mais adequado para você.

Os rios variam, principalmente, a partir de dois fatores.

1. O relevo por onde o rio corre: Em relevo acidentado, os rios costumam ter mais corredeiras e mais obstáculos, como pedras e margens irregulares. Em relevos planos os rios são mais amplos e com menos irregularidades, o que facilita a navegação.

2. Condições climáticas no local e na cabeceira do rio: A ocorrência de chuvas no momento, ou mesmo alguns dias antes da descida, pode mudar bruscamente as condições de navegação. O escoamento das águas aumenta o volume e a vazão dos rios, o que provoca um aumento na velocidade de escoamento da água. Rios muito fáceis de navegar podem se tornar extremos caso ocorra uma chuva com grande volume de água.

Escala Internacional de Dificuldade
Uma escala de seis níveis classificam os rios para a prática de esportes. Apesar de receber uma classificação, num mesmo rio podem existir trechos e corredeiras com um grau de dificuldade abaixo ou acima do nível médio do rio.

Classe I (Fácil): Áreas com passagens claras, poucos obstáculos (pedras, galhos), ondas pequenas e pouca necessidade de manobras.

Classe II (Médio): Corredeiras de nível moderado com passagens claras, algumas áreas turbulentas e presença de rochas. Pode exigir experiência em algumas manobras, e botes e roupas adequadas.

Classe III (Difícil): Muitas ondas com algumas quedas pequenas. Passagens claras, mas estreitas. Presença de pedras e redemoinhos. Exige experiência em manobras.

Classe IV (Muito Difícil): Corredeiras longas, ondas altas, irregular, pedras perigosas e redemoinhos fortes. Exige manobras difíceis e precisas, além de um instrutor bastante experiente. Obrigatório receber acompanhamento na primeira descida.

Classe V (Extremamente Difícil): Corredeiras longas e violentas, seguindo uma após a outra quase que de maneira ininterrupta. Grandes quedas, correnteza violenta, relevo íngreme. Um estudo prévio é essencial, mas normalmente difícil de ser feito. Exige navegador muito experiente. Todas as possíveis precauções devem ser tomadas.

Classe VI (Não navegável): As corredeiras são perigosas e consideradas como não navegáveis em um nível seguro. Os rafters podem encontrar ondas e pedras enormes e/ou um número considerável de quedas capaz de causar danos aos equipamentos e na estrutura do barco. As corredeiras de nível VI tem uma probabilidade muito maior de provocar ferimentos graves ou morte. São vistas como uma aventura suicida.

 

Qual rio escolher?

No Brasil, a maior parte dos rios que são explorados comercialmente para a prática do Rafting se enquadra entre os níveis II e IV da escala. Caso você esteja pensando em sentir as sensações do Rafting é extremamente recomendável procurar uma empresa credenciada no esporte. As decidas são feitas com um instrutor responsável abordo e antes da aventura, você irá receber um treinamento de 20 minutos sobre como se comportar em meio às corredeiras, seja dentro ou fora do bote.

É possível encontrar uma grande variedade de roteiros em um pais tão rico em rios, como o Brasil. Para quem se sente confortável na água, nada bem e está disposto a sentir mais adrenalina, existem trechos de corredeiras nível V. Para pessoas não tão amigas da água, e que querem pegar leve, há roteiros que englobam corredeiras apenas de nível II. O grau de emoção você escolhe.

Quer saber onde encontrar os rios de corredeiras?

Atividades de Aventura de São Paulo  CONFIRA AQUI as opções de Rafting do Desviantes

FOTOS

  • Rio Mambucaba em Paraty – RJ: Corredeiras de Classe II e III

Foto: Ativa Rafting

Rio Mambucaba - Paraty

  • Rio de Contas em Itacaré – BA: Corredeiras de Classe III e IV

Foto: Planeta Rafting

Rio de Contas - Itacaré

  • Rio Jacaré Pepira em Brotas – SP: Corredeiras de Classes II a IV

Foto: Ecoação

Rio Jacaré Pepira - Brotas

  • Rio Pardo em Caconde – SP: Correrias entre Classes II a V

Foto: Ecopardo

Rio Pardo - Caconde

  • Rio Jaguari Extrema – MG: Corredeiras entre Classes IV e V

Foto: Radix

Rio Jaguari - Extrema

  • Rio do Peixe em Socorro – SP: Corredeiras de Classes II a IV

Foto: Rios de Aventura

Rio do Peixe - Socorro

  •  Rio Juquiá - SP: Corredeiras de Classes II a III (eventualmente IV)

Foto: Canoar

Silas Barbi

Praticante de trekking, escalada, mergulho livre e profissional de marketing por formação. Acredita em mundo com menos rotina e mais aventura. Suas duas paixões são o Brasil e a Natureza e não é por acaso que o seu principal objetivo de vida é levar as pessoas para conhecer as belezas naturais do Brasil.