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A arte do Capim Dourado no Jalapão
Foto de Capa: Vagner T. Cassimiro
Capim Dourado "in natura" antes da colheita - Foto: Daniel Zilenovski
Provavelmente a maioria dos brasileiros já ouviu falar do Capim Dourado, seja em uma joia, uma caixa ou um chapéu todos já tiveram contato ao menos uma vez com essa plantinha diferenciada. Foi na época de 1930 que as técnicas artesanais ganharam vida no Jalapão como herança das populações quilombolas da região, mas na década de 90 que o Capim Dourado ganhou fama no Brasil todo.
O Capim Dourado (Syngonanthus nitens) é típico do Cerrado brasileiro, nasce em regiões semiáridas com plantas rasteiras e próximo ao curso da água, sua planta possui hastes finas e douradas que chamam a atenção e duram em torno de 5 a 10 anos. Por ser típico do Cerrado o Capim Dourado precisa de fogo para germinar, o fogo permite cortar a dormência da semente que cresce entre abril e maio para em setembro ter suas hastes secas e prontas para colheita.
Como o artesanato é produzido
Casa de Artesanato na comunidade Mumbuca
Para ser colhido o Capim Dourado deve estar seco e processo necessita paciência, para colher 1kg dele a pessoa pode demorar até 5h e o processo de produção de peças é bem delicado. A artesã que o moldar precisará ter calma, a haste é bem sensível e qualquer movimento errado pode acabar quebrando um filete inteiro de Capim Dourado.
Para o processo acontecer o artesão usa da Seda de Buriti, que é tirada do Buriti, e uma agulha, juntos os dois materiais e o Capim Dourado são confeccionados em brincos, caixas, mandalas, bolsas, vasos, entre outros.
Os benefícios do Capim Dourado para a região do Jalapão
Para se ter uma noção do quanto o capim dourado e suas peças artesanais se tornaram tão valorizadas e populares, agora ele não é conhecido apenas no Brasil, mas também ganhou fama ao redor do mundo. Com o incentivo do governo do estado de Tocantins e após uma consulta à comunidade de Mumbuca, estas peças foram transformadas para serem compatíveis com o mercado, e, atualmente, seu maior foco de venda é para exportação.
A procura pela arte feita da planta dourada se tornou tão grande que turistas começaram a viajar até o Jalapão para adquirir o artesanato, levando também um grupo de artesãs de Mumbuca a criar em 2000 a Associação Capim Dourado com o intuito de organizar e estimular a comercialização e de tornar a área em que vivem as 22 comunidades em Reserva de Desenvolvimento Sustentável para promover a conservação do Cerrado.
Artesã da Comunidade Mumbuca
Para que não entre em extinção e ainda para visar sua sustentabilidade social, ambiental e econômica, o capim dourado é protegido por leis que regulamentam o modo e a época de colheita, que ocorre entre 20 de Setembro a 20 de Novembro. É também proibido sua retirada “in natura”, o que significa que só pode ser colhido maduro e em peças já produzidas pela comunidade local, uma vez que a retirada do capim ainda verde prejudica sua espécie e torna sua regeneração impossível.
Esta alta demanda, que ajudou com a consolidação desta prática artesanal como fonte de renda, juntamente com o incrível cenário do Parque Estadual do Jalapão, composto por cachoeiras de águas cristalinas, piscinas naturais, cânions e dunas de até 40 metros de altura, e as atividades, que incluem rafting, mergulho e trilhas, tornam o Jalapão um dos destinos mais fantásticos para se conhecer no Brasil. Conheça a melhor época para ir ao Jalapão e os incríveis fervedouros do Jalapão.
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