Jalapão ou Chapada Diamantina?
14/02/2017

Jalapão ou Chapada Diamantina?

Jalapão ou Chapada Diamantina? Como escolher entre esses dois destinos?

Um alerta: Você vai precisar escolher qual deles conhecer primeiro porque os dois são únicos e bem diferentes 😁

 


O Jalapão é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral a todos os seus diversos encantos naturais, situada no coração do Brasil, no estado de Tocantins, cuja área e os entornos englobam quase dez municípios em mais de trinta mil quilômetros quadrados, sendo maior que os estados de Sergipe e Alagoas. A região, apesar de ser distante e um pouco isolada, vem crescendo cada vez mais como um dos mais novos e maiores destinos de ecoturismo do país por conta da abundância de atrações e paisagens exuberantes, que permanecem ainda intocadas justamente devido a esse isolamento de sua localização (inclusive, não há sinal de celular ou orelhões por lá, mas é uma incrível maneira de entrar em contato direto com a natureza).



Atrativos do Jalapão: Alguns dos principais atrativos do Jalapão incluem as praias fluviais, onde turistas podem descansar, tomar banhos refrescantes ou praticar rafting; as dunas de areia alaranjada, que chegam até 40 metros de altura; os famosos fervedouros, pequenos poços de águas quentes e claras formadas de uma nascente de um rio subterrâneo; o vilarejo de Mumbuca, moradia da maioria dos descendentes de escravos que vivem por lá e onde a tradição do artesanato com capim dourado surgiu; altos cânions e grutas com diversas nascentes d’água de onde pode-se praticar canionismo e rapel; e as inúmeras cachoeiras que provam que essa região não merece o apelido que recebeu (“deserto brasileiro”).



Clima no Jalapão: O clima é quase sempre quente no Jalapão, mas assim como em todos os outros municípios tocantinenses, ele é dividido em duas estações bem definidas: a chuvosa e a seca. O período chuvoso (de Outubro a Abril) é ideal para quem quer curtir as praias fluviais, pois são nesses meses que elas aparecem devido às chuvas, causando um aumento significante no volume dos rios; já para aqueles que preferirem praticar atividades de aventura como o rafting, o período da seca (de Maio a Setembro) é perfeito, justamente porque o nível dos rios diminui. Com temperatura média anual que pode variar de 25ºC a 35ºC no verão e de 13ºC a 20ºC no inverno, não existe épocas ruins para visitar essa deslumbrante região.



Acesso ao Jalapão: Já quanto o acesso, apesar de difícil por conta de seu isolamento, pode ser feito sem nenhuma dificuldade, mas vale lembrar que deve-se contratar os serviços das agências turísticas para garantir os passeios, meios de transporte, hospedagem e alimentação, já que, apesar de existir uma boa estrutura para receber os visitantes, elas são bem simples. A principal porta de entrada do parque do Jalapão está no município de Ponte Alta do Tocantins, localizado a menos de 200 quilômetros da capital do estado, Palmas, e de onde chegam os voos e ônibus; no entanto, a maioria dos atrativos estão concentrados em Mateiros e, para chegar lá, será necessário dirigir mais 160 quilômetros por estradas de terra a partir de Ponta Alta.

Como conhecer o Jalapão: Outro motivo importante para lembrar de contratar uma empresa especializada antes de visitar o Jalapão é que, apesar de ser um território pequeno, seus atrativos estão situados em locais diferentes e, portanto, a maioria do roteiro será feito dentro de carros para levar os turistas de uma cidade à outra para que seja possível que todos conheçam a região por completo. Exceto pela trilha da Serra do Espírito Santo, não são feitas muitas caminhadas e, com os carros, as empresas podem realizar expedições de quatro a cinco dias, fazendo pernoites em diferentes municípios.



  Quer ir mais a fundo? Confira os roteiros do Desviantes para o Jalapão


A Chapada Diamantina está situada no estado da Bahia e é protegida por um importante parque nacional tão extenso que abrange cerca de setenta mil quilômetros quadrados, 24 municípios e uma quantidade extraordinária de atrações, sendo necessário, pelo menos, cinco dias para conhecer as principais delas. São milhares de opções de atividades e passeios feitos em meio à muita natureza e em um cenário capaz de agradar e deslumbrar até ao viajante mais experiente, com paisagens que vão desde algumas das mais altas e imponentes cachoeiras e imensos paredões e desfiladeiros até seu próprio pantanal semiárido com fauna e flora típicas do local.

 



A Chapada Diamantina e a melhor época para ir
Atrativos da Chapada Diamantina: Apesar de ser quase impossível conhecer tudo isso em uma só viagem, existem alguns atrativos que turista nenhum pode deixar de incluir na lista, sendo eles: as cachoeiras da Fumaça (segunda maior do Brasil com quase 400 metros de altura), do Buracão e da Fumacinha; os poços Azul e Encantado, com águas cristalinas e tons azuis-turquesas deslumbrantes; o Morro do Pai Inácio, principal cartão-postal da Chapada que, com mais de mil metros de altura, descortina a vista mais privilegiada de toda a região; o Marimbus, uma ampla área alagadiça onde pode-se ver plantas aquáticas e muitas espécies de peixes; o Vale do Pati, considerado um dos percursos mais incríveis e cênicos de trekking da América do Sul; o Serra das Paridas, um complexo arqueológico de dezoito sítios com pinturas rupestres de milhares de anos; e inúmeros outros.



Como conhecer a Chapada Diamantina: Para quem quiser fazer uma viagem completa, a melhor maneira de explorar toda a região é com o roteiro “Volta ao Parque”, que tem duração de oito dias e percorre a Chapada de Norte a Sul, sendo a forma mais rápida e prática de conhecer a maioria de suas principais atrações. As pernoites são feitas em municípios como Mucugê, Vale do Capão, Lençóis (cidade com melhor infraestrutura turística) e Igatu (com estrutura mais simples).

Clima na Chapada Diamantina: Mesmo sendo uma região baiana, o clima da Chapada Diamantina é muito diferente do restante do estado por conta de sua altitude e também por abrigar muitas áreas verdes e nascentes d’água. São duas estações que definem esse clima: a quente e úmida (de Novembro a Abril) possui temperaturas que variam de 23°C a 30°C e é quando o volume dos rios e dos poços das cachoeiras estão mais altos, tornando desta a perfeita época para praticar mergulho e se refrescar nas águas cristalinas; já o período seco, que ocorre entre Maio a Outubro, apresenta temperaturas que vão de 17°C a 25°C e é melhor para a prática de rafting.



Acesso a Chapada Diamantina: O acesso à Chapada, assim como o Jalapão, pode ser um pouco complicado dependendo de onde do Brasil você está. A melhor opção para ir é a partir de Lençóis, principal porta de entrada do parque e considerada a “capital” de lá, pois é onde está a grande maioria dos hotéis e das pousadas, e também por ser mais fácil de ser acessada, principalmente de avião (a Azul Linhas Aéreas opera voos diretos São Paulo–Lençóis, mas apenas uma vez por semana). É também possível ir de carro ou ônibus a partir de Salvador, apesar de ser uma longa viagem de seis horas.



  Quer ir mais a fundo? Confira os roteiros do Desviantes para a Chapada Diamantina


Escolher entre Jalapão ou Chapada Diamantina realmente não é uma tarefa fácil. São as condições da sua viagem, tais como, tempo disponível, orçamento, perfil do grupo e período do ano que vão te indicar qual o melhor destino para o momento. Em resumo:
- O Jalapão pode ser bem explorado em uma viagem de 5 dias, enquanto na Chapada Diamantina, 5 dias serão suficientes apenas para você conhecer os atrativos imperdíveis.
- O Jalapão pode ser feito totalmente de carro, sem necessidade de caminhadas, enquanto que a Chapada Diamantina exige caminhadas para se conhecer boa parte dos atrativos, como a Cachoeira da Fumaça.
- O Jalapão é simples em termos de infraestrutura, enquanto a Chapada Diamantina conta com cidades bem estruturadas turisticamente

> A nossa dica é simples. Faça a escolha em sua primeira viagem, mas não deixe de conhecer os dois destinos. Tanto o Jalapão, como a Chapada Diamantina têm suas peculiaridades e não podem realmente ser comparados e nem substituídos.

Silas Barbi

Praticante de trekking, escalada, mergulho livre e profissional de marketing por formação. Acredita em mundo com menos rotina e mais aventura. Suas duas paixões são o Brasil e a Natureza e não é por acaso que o seu principal objetivo de vida é levar as pessoas para conhecer as belezas naturais do Brasil.